Trago na alma, a sombra dos coqueiros
Nos olhos,trago a cinza das queimadas
Na boca, o improviso das rajadas
Nas mãos. o cazumbi dos feiticeiros.
Nos dedos,a expressão dos imbondeiros
Despidos como as almas maceradas...
Cinzentos como as nuvens carregadas...
Paradas como espectros traiçoeiros.
Trago aos ombros,o peso das jangadas
E das manhãs de cacimbo ainda ensonadas
E marcas de azagaias e torturas...
Trago no peito, uma fogueira ardente
Trago na alma, a alma desta gente...
Trago em meu coração, chamas escuras!
De Teresa Nolasco para Neves de Sousa
(1958)
Sem comentários:
Enviar um comentário