A menina cresceu...
Nunca mais usou laços no cabelo,
nem chapéus com fitas largas
a esvoaçar ao vento...
Nunca mais pôs bibes de riscado aos quadradinhos...
...E as borboletas,
perderam-se, esquecidas nos caminhos...
A menina cresceu...
O quarto de brinquedos fechou-se para sempre,
e dos castigos também se fechou...
Na boca de menina,
o tempo cavou um sorriso,
sempre igual...e sempre triste...
E as suas mãos , agora longas,
de unhas sangrentas,
nunca mais quiseram agarrar a lua,
nas noites belas...
...nunca mais..
De resto as noites fizeram-se mais escuras,
e menos belas...
Noites de bruma,
onde as estrelas se apagaram todas,
uma por uma...
E tudo, porque a menina cresceu...
Alda Lara
(1949)
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