No espelho não é eu, sou mim. Não conheço mim, mas sei quem é eu, sei sim. Eu é cara-metade, mim sou inteira. Quando mim nasceu, eu chorou, chorou. Eu e mim se dividem numa só certeza. Alguém dentro de mim é mais eu do que eu mesma. Eu amo mim. Mim ama eu.By Rita Lee
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Há palavras que nos beijam
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Crónica para ser lida com acompanhamento de quissanje
“A coisa mais bonita que vi até hoje não foi um quadro, nem um momento, nem uma cidade, nem uma mulher, nem a pastorinha de biscuit da minha avó Eva quando era pequeno, nem o mar, nem o terceiro minuto da aurora de que os poetas falam: a coisa mais bonita que vi até hoje eram vinte mil hectares de girassol na Baixa do Cassanje , em Angola. A gente saía antes da manhã e nisto, com a chegada da luz, os girassóis erguiam a cabeça, à uma, na direcção do nascente, a terra inteira cheia de grandes pestanas amarelas dos dois lados da picada e uma ocasião
lembro-me
um bando de mandris numa encosta, quietos, observando-nos. Depois cansavam-se de nós e desapareciam na sombra dos caules. A coisa mais bonita que vi até hoje foi Angola, e apesar da miséria e do horror da guerra continuo a gostar dela com um amor que não se extingue. Gosto do cheiro e gosto das pessoas.”
António Lobo Antunes
In”Segundo livro de crónicas”
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Quissange-Saudade negra
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
domingo, 24 de fevereiro de 2008
sábado, 23 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Alda Lara
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Primavera
Sabes?...
Sabes que lá fora
anda de novo a primavera,
a brincar, nas tranças
dos cabelos das crianças?...
Sabes que lá fora,
ela anda de novo (a louca!...)
a gargalhar promessas e alegrias
na boca
dos camponeses?...
Sabes?...
……………………………………
Não! Nem tu,
nem eu sabemos…
A primavera só regressa,
para aqueles que algum dia
abandonou…
E não para nós Amor…
não foi para nós…
que a primavera voltou…
Alda Lara
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
A minha escolha
Se eu fosse uma hora do dia, seria ...o entardecer
Se eu fosse um astro, seria...a lua
Se eu fosse uma direcção, seria...o sul
Se eu fosse um móvel, seria ...uma estante cheia de livros
Se eu fosse um liquido, seria...água
Se eu fosse um pecado, seria ...gula
Se eu fosse uma pedra, seria …um seixo rolado no mar
Se eu fosse uma árvore, seria ...um coqueiro
Se eu fosse uma fruta, seria ...uma pitanga
Se eu fosse uma flor, seria ...uma rosa de porcelana
Se eu fosse um clima, seria …tropical
Se eu fosse um instrumento musical, seria ...um quissange
Se eu fosse um elemento, seria …água
Se eu fosse uma cor, seria… verde
Se eu fosse um animal, seria ...uma ave marinha
Se eu fosse um som, seria ...um assobio
Se eu fosse música, seria ...night and day
Se eu fosse estilo musical, seria...jazz
Se eu fosse um sentimento, seria ... generosidade
Se eu fosse um livro, seria…Equador
Se eu fosse uma comida, seria…qq prato de peixe
Se eu fosse um lugar, seria ...qq um em Luanda
Se eu fosse um gosto, seria ...salgado
Se eu fosse um cheiro, seria… maresia
Se eu fosse uma palavra, seria…ajuda
Se eu fosse um verbo, seria ...amar
Se eu fosse um objecto, seria ...um papagaio de papel
Se eu fosse peça de roupa, seria ...um fato de banho
Se eu fosse parte do corpo, seria ...os olhos
Se eu fosse expressão facial, seria ...sorriso
Se eu fosse personagem de desenho animado, seria ...a pantera cor-de-rosa
Se eu fosse filme, seria ...África minha
Se eu fosse forma, seria ...um triângulo
Se eu fosse número, seria ...8
Se eu fosse estação, seria … outono
Se eu fosse uma frase, seria ...“o melhor do mundo são as crianças"
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Sem título
Eu não existo sem você
Vinicius de Moraes
sábado, 16 de fevereiro de 2008
Elba Ramalho
quero matar meu desejo
te mando um monte de beijo
Ai que saudade sem fim"
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Sem nome...sem lei
Deambulei por ruelas vadias
Rasguei códigos desgastados.
Rompi os véus do formalismo
Desnudei a alma
E tornei-me forasteira de sonhos.
Hoje,
Procurei o cais do silêncio
Tomei o barco da aventura
E converti-me em passageira furtiva
Sem nome e sem lei…
Fátima Morão
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Saudade
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Anda ver a minha terra
Mulata é a noite
She
She
May be the face I can't forget.
A trace of pleasure or regret
May be my treasure or the price I have to pay.
She may be the song that summer sings.
May be the chill that autumn brings.
May be a hundred different things
Within the measure of a day.
She
May be the beauty or the beast.
May be the famine or the feast.
May turn each day into a heaven or a hell.
She may be the mirror of my dreams.
A smile reflected in a stream
She may not be what she may seem
Inside her shell
She
who always seems so happy in a crowd.
Whose eyes can be so private and so proud
No one's allowed to see them when they cry.
She may be the love that cannot hope to last
May come to me from shadows of the past.
That I'll remember till the day I die
She
May be the reason I survive
The why and wherefore I'm alive
The one I'll care for through the rough and ready years
Me I'll take her laughter and her tears
And make them all my souvenirs
For where she goes I've got to be
The meaning of my life is
She, she, she
Charles Aznavour
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Dia de chuva no mato
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Romance
O que é o mar
O QUE É O MAR?
Tu perguntas, e eu não sei
eu também não sei o que é o mar
Mar
De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.
As ondas
As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim.
Sophia Mello Breyner Andresen
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Africano
Unforgettable-Nat King Cole e Nathalie Cole
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Unforgettable, that's what you are
Unforgettable though near or far
Like a song of love that clings to me
How the thought of you does things to me
Never before has someone been more
Unforgettable in every way
And forever more, that's how you'll stay
That's why, darling, it's incredible
That someone so unforgettable
Thinks that I am unforgettable too
Unforgettable in every way
And forever more, that's how you'll stay
That's why, darling, it's incredible
That someone so unforgettable
Thinks that I am unforgettable too
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Feeling good
Birds flying high you know how I feel
Sun in the sky you know how I feel
Reeds driftin’ on by you know how I feel
(refrain)It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good
Fish in the sea you know how I feel
River running free you know how I feel
Blossom on the tree you know how I feel
Dragonfly out in the sun you know what I mean, don't you know
Butterflies all havin’ fun you know what I mean
Sleep in peace when day is done
That’s what I mean
And this old world is a new world
And a bold world
For me
Stars when you shine you know how I feel
Scent of the pine you know how I feel
Oh freedom is mine
And I know how I feel
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Visão
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
As flores do jacarandá
Matilde Rosa Araújo
Jardim
Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs, vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros,
e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como reflectidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Às vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Cecília Meireles
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
domingo, 3 de fevereiro de 2008
Momentos
Mãe África
Alda do Espírito Santo