Teus lábios
Tinham o sabor da manga
E o efeito do quimbombo;
Teus olhos o poder do visgo
E a cor da pitanga
Assim te descobri um dia no subúrbio
Mulata
Depois,
Quando os navios chegaram atrás dos navios
E o subúrbio se tornou cidade
Eu te voltei a ver.
Não vi nem fruta-pinha no teu corpo.
Só sumo de tabaibo nos teus olhos
Só espinhos de tabaibo nos teus lábios
Mulata
Me afastei entristecido
Te guardando na lembrança doutro tempo,
Na lembrança que embala
E mata.
Eduardo Brazão-Filho
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