segunda-feira, 28 de julho de 2008

Inesperadamente

já não te espero ver quando abro a porta
mas ainda esbarro com a tua ausência
é tudo o que não foste
o que não fomos
que me atravanca os dias
o espelho em que me vejo empalidece
como um retrato antigo
sinto-me longe
é quinta feira
Março
o tempo não levanta
de resto aprendo que a monotonia
é apenas isto
o regressar contínuo
ao vazio das coisas

Luís Amorim de Sousa
Poeta angolano

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