sábado, 14 de junho de 2008

Conversas sobre a paixão


"A paixão é o amor de transformar a existência em acção. Serve de combustível ao motor da criação. Faz com que as concepções se tornem experiência.
A paixão é a chama que nos estimula a expressar quem nós realmente somos. Nunca renegues a paixão pois isso é renegar quem tu és e quem realmente queres ser.O renunciador nunca renega a paixão - o renunciador renega simplesmente o apego aos resultados.
A paixão é um amor pela feitura. A feitura é a existência, experimentada. Mas o que é que muitas vezes se cria como parte dessa feitura? A expectativa.Viver a vida sem expectativa - sem a necessidade de resultados específicos - isso é liberdade. É Santidade. É como Eu vivo.
A Minha Alegria está no acto de criar, não no desfecho.Agora, uma coisa é ser amor - e outra muito diferente fazer algo com amor. A alma anseia por fazer algo por si mesma para que talvez possa vir a conhecer-se na sua própria experiência. Por isso tentará realizar o seu mais sublime ideal através da acção.É a essa ânsia de fazer isso que se chama paixão.
Mata a paixão e matarás Deus. A paixão é Deus a querer saudar-te.Mas repara que assim que Deus (ou Deus-em-ti) fizer essa coisa com amor, Deus realiza-Se e não precisa de mais nada.
Já o homem sente muitas vezes que precisa de um retorno do seu investimento. Se vamos amar alguém, óptimo - mas o melhor é recebermos também algum amor em troca. Uma coisa desse género.Isso não é paixão. Isso é expectativa.É a maior fonte de infelicidade do homem. É o que o separa de Deus.
O renunciador renuncia, portanto, aos resultados - mas nunca, nunca renuncia à paixão. Aliás, o Mestre sabe intuitivamente que o caminho é a paixão.A via para a auto-realização.
Mesmo em linguagem terrena, poderá dizer-se com toda a justiça que se não tiveres uma paixão por nada não tens vida nenhuma."

(Neale Walsch in Conversas com Deus)

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