quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Entre as dunas da cidade


Leve mulher, vapor de água, colibri suspenso
no céu da minha boca, desde quando
beijas assim a flor selvagem do destino?

Frágil mulher, o mito que despertas
no meu peito abre caminho
rasgando a carne a golpes de paixão

E é essa dor que dói e não consinto
que deus algum venha apaziguar
que faz da tua noite a minha lua

Mulher de areia, queria ser vento
voar baixinho e levantar tua saia
para arder entre as dunas da cidade.

José Luís Mendonça
(poeta angolano)

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