Nos tribos
E assobios
Dos pássaros bravios
Ouço a tua voz Angola.
Dos fios
Esguios
Em arrepios
De mulembas sólidas
Escorre a tua voz Angola.
Nas ondas calemas
Barcos e velas
Dongos traineiras
Âncoras e cordas
Freme a tua voz Angola.
Em rios torrentes
Regatos marulhentos
Lagoas dormentes
Onde morrem poentes
Brilha a tua voz Angola.
No andar da palanca
No chifre do olongo
No mosqueado da onça
No enrolar da serpente
Inscreve-se a tua voz Angola.
No acordar dos quimbos
Nos cúmulos e nimbos
Nos vapores tímidos
Em manhãs de cacimbo
Flutua a tua voz Angola.
Na pedra da encosta
No cristal de rocha
Na montanha inóspita
No miolo e na crosta
Talha-se a tua voz Angola.
Do chiar dos guindastes
Do estalar dos braços
Do esforço e do cansaço
Emerge a tua voz Angola.
No ronco da barragem
No camião da estrada
No comboio malandro
Nos gados transumantes
Ecoa a tua voz Angola.
Dos bongos e cuicas
Concertinas apitos
Que animam rebitas
Farras das antigas
Salta a tua voz Angola.
A flor da buganvilia
A rosa e o lírio
Cachos de gladíolos
O gengibre e a cola
Perfumam a tua voz Angola.
Ouve-se e sente-se e brilha
A tua voz Angola
Inscreve-se nos seres talha-se nas rochas
A tua voz Angola
Vai com o vento goteja com o suor
A tua voz Angola
Por toda a parte por toda a parte
A tua voz Angola
Que voz é essa tão forte e omnipresente
Angola?
Que voz é essa omnipresente e permanente
Angola?
É a voz dos vivos e dos mortos
De Angola
É a voz das esperanças e malogros
De Angola
é a voz das derrotas e vitórias
De Angola
É a voz do passado do presente e do porvir
De Angola
É a voz do resistir
De Angola
É a voz dum guerrilheiro
De Angola
É a voz dum pioneiro
De Angola.
Antero Abreu
E assobios
Dos pássaros bravios
Ouço a tua voz Angola.
Dos fios
Esguios
Em arrepios
De mulembas sólidas
Escorre a tua voz Angola.
Nas ondas calemas
Barcos e velas
Dongos traineiras
Âncoras e cordas
Freme a tua voz Angola.
Em rios torrentes
Regatos marulhentos
Lagoas dormentes
Onde morrem poentes
Brilha a tua voz Angola.
No andar da palanca
No chifre do olongo
No mosqueado da onça
No enrolar da serpente
Inscreve-se a tua voz Angola.
No acordar dos quimbos
Nos cúmulos e nimbos
Nos vapores tímidos
Em manhãs de cacimbo
Flutua a tua voz Angola.
Na pedra da encosta
No cristal de rocha
Na montanha inóspita
No miolo e na crosta
Talha-se a tua voz Angola.
Do chiar dos guindastes
Do estalar dos braços
Do esforço e do cansaço
Emerge a tua voz Angola.
No ronco da barragem
No camião da estrada
No comboio malandro
Nos gados transumantes
Ecoa a tua voz Angola.
Dos bongos e cuicas
Concertinas apitos
Que animam rebitas
Farras das antigas
Salta a tua voz Angola.
A flor da buganvilia
A rosa e o lírio
Cachos de gladíolos
O gengibre e a cola
Perfumam a tua voz Angola.
Ouve-se e sente-se e brilha
A tua voz Angola
Inscreve-se nos seres talha-se nas rochas
A tua voz Angola
Vai com o vento goteja com o suor
A tua voz Angola
Por toda a parte por toda a parte
A tua voz Angola
Que voz é essa tão forte e omnipresente
Angola?
Que voz é essa omnipresente e permanente
Angola?
É a voz dos vivos e dos mortos
De Angola
É a voz das esperanças e malogros
De Angola
é a voz das derrotas e vitórias
De Angola
É a voz do passado do presente e do porvir
De Angola
É a voz do resistir
De Angola
É a voz dum guerrilheiro
De Angola
É a voz dum pioneiro
De Angola.
Antero Abreu
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