Semeando sonhos e estrelas
No espelho não é eu, sou mim. Não conheço mim, mas sei quem é eu, sei sim. Eu é cara-metade, mim sou inteira. Quando mim nasceu, eu chorou, chorou. Eu e mim se dividem numa só certeza. Alguém dentro de mim é mais eu do que eu mesma. Eu amo mim. Mim ama eu.By Rita Lee
terça-feira, 28 de abril de 2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
domingo, 26 de abril de 2009
Quero pintar uma rosa
Rosa é flor feminina que se dá toda e tanto
que para ela só resta alegria de se ter dado.
Seu perfume é mistério doido.
Quando profundamente aspirada
toca no fundo íntimo do coração e deixa
o interior do corpo inteiro perfumado.
O modo de ela se abrir em mulher é belíssimo.
As pétalas tem gosto bom na boca - é só experimentar.
Mas a rosa não é it.
É ela.
Clarice Lispector
Clarice Lispector
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sexta-feira, 24 de abril de 2009
O rapaz de bronze
Não tenhas medo. Eu tomo conta de ti – disse ao lado dela uma voz.
Florinda voltou-se e viu um rapaz alto, lindo e verde.
- Ah! – disse ela. – És o Rapaz de Bronze. Eu pensava que tu não sabias falar, pensava que eras uma estátua.
- De dia – disse o Rapaz – sou uma estátua. Mas de noite sou uma pessoa e sou o Rei deste jardim. …. “ - A noite é fantástica e diferente!
- A noite – disse o Rapaz de Bronze – é o dia das coisas. É o dia das flores, das plantas e das estátuas.De dia somos imóveis e estamos presos. Mas de noite somos livres e dançamos...
Florinda voltou-se e viu um rapaz alto, lindo e verde.
- Ah! – disse ela. – És o Rapaz de Bronze. Eu pensava que tu não sabias falar, pensava que eras uma estátua.
- De dia – disse o Rapaz – sou uma estátua. Mas de noite sou uma pessoa e sou o Rei deste jardim. …. “ - A noite é fantástica e diferente!
- A noite – disse o Rapaz de Bronze – é o dia das coisas. É o dia das flores, das plantas e das estátuas.De dia somos imóveis e estamos presos. Mas de noite somos livres e dançamos...
Sophia Mello Breyner Andresen
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quinta-feira, 23 de abril de 2009
I´ll look around
I'll look around
Until I've found someone
Who laughs like you
I know somewhere
Spring must fill the air
With sweetness just as rare
As the flower
That you gave me to wear
I look around
And when I've found someone
Who laughs like you
I'll know this love
I'm dreaming of
Won't be the old love
I always knew
I know somewhere
Love must fill the air
With sweetness just as rare
As the flower
That you gave me to wear
I look around
And when I've found someone
Who laughs like you
I'll know this love
I'm dreaming of
Won't be the old love
I always knew
quarta-feira, 22 de abril de 2009
O poeta e a rosa
O poeta e a rosa
(E com direito a passarinho)
Ao ver uma rosa branca
O poeta disse: Que linda!
Cantarei sua beleza
Como ninguém nunca ainda!
Qual não é sua surpresa
Ao ver, à sua oração
A rosa branca ir ficando
Rubra de indignação.
É que a rosa, além de branca
(Diga-se isso a bem da rosa...)
Era da espécie mais franca
E da seiva mais raivosa.
– Que foi? – balbucia o poeta
E a rosa; – Calhorda que és!
Pára de olhar para cima!
Mira o que tens a teus pés!
E o poeta vê uma criança
Suja, esquálida, andrajosa
Comendo um torrão da terra
Que dera existência à rosa.
– São milhões! – a rosa berra
Milhões a morrer de fome
E tu, na tua vaidade
Querendo usar do meu nome!...
E num acesso de ira
Arranca as pétalas, lança-as
Fora, como a dar comida
A todas essas crianças.
O poeta baixa a cabeça.
– É aqui que a rosa respira...
Geme o vento. Morre a rosa.
E um passarinho que ouvira
Quietinho toda a disputa
Tira do galho uma recta
E ainda faz um cócozinho
Na cabeça do poeta.
Ao ver uma rosa branca
O poeta disse: Que linda!
Cantarei sua beleza
Como ninguém nunca ainda!
Qual não é sua surpresa
Ao ver, à sua oração
A rosa branca ir ficando
Rubra de indignação.
É que a rosa, além de branca
(Diga-se isso a bem da rosa...)
Era da espécie mais franca
E da seiva mais raivosa.
– Que foi? – balbucia o poeta
E a rosa; – Calhorda que és!
Pára de olhar para cima!
Mira o que tens a teus pés!
E o poeta vê uma criança
Suja, esquálida, andrajosa
Comendo um torrão da terra
Que dera existência à rosa.
– São milhões! – a rosa berra
Milhões a morrer de fome
E tu, na tua vaidade
Querendo usar do meu nome!...
E num acesso de ira
Arranca as pétalas, lança-as
Fora, como a dar comida
A todas essas crianças.
O poeta baixa a cabeça.
– É aqui que a rosa respira...
Geme o vento. Morre a rosa.
E um passarinho que ouvira
Quietinho toda a disputa
Tira do galho uma recta
E ainda faz um cócozinho
Na cabeça do poeta.
Vinicius de Moraes
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Vinicius de Moraes
terça-feira, 21 de abril de 2009
Você não me ensinou a te esquecer
Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto
E nesse desespero em que me vejo
Já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você
Só pra ver se te encontro
Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la
Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho
Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
e te querendo eu vou tentando me encontrar
E nesse desepero em que me vejo
já cheguei a tal ponto
de me trocar diversas vezes por você
só pra ver se te encontro
Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la
Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho
Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
e te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho
Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando me encontrar
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Sem regresso nem resposta
Será possível que nada se cumprisse?
Que o roseiral a brisa as folhas de hera
Fossem como palavras sem sentido
- Que nada sejam senão teu rosto ido
Sem regresso nem resposta - só perdido.
Que o roseiral a brisa as folhas de hera
Fossem como palavras sem sentido
- Que nada sejam senão teu rosto ido
Sem regresso nem resposta - só perdido.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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sexta-feira, 17 de abril de 2009
Songbird
Esta é uma das canções que nunca nos cansamos de ouvir.
Só um anjo poderia cantar assim.
Talvez tenha sido esta a razão porque nos deixou tão cedo.
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Viver em África
Tippi Benjamine Okanti Degré nasceu em 1990 em Windhoek, capital da Namíbia.
Okanti é a palavra para mangusto ou manguço, em dialecto bosquímano, e foi um desses animais que chamou a atenção de Sylvie Robert e Alain Degré,pais de Tippi, ambos fotógrafos freelancer da vida selvagem, para o Deserto de Calaári.
“Ela teve uma infância extraordinária em África”, explica a sua mãe Sylvie.”Era um mundo mágico que representava para ela a felicidade perfeita.” Depois teve de vir para Paris para frequentar a escola. Era um mundo completamente diferente. Acho que ela sentiu que África lhe tinha sido tirada injustamente, o que lhe causou muita dor e uma tristeza profunda. Nunca se queixa, mas nunca fala sobre o assunto...
E acrescenta: a primeira reacção de Tippi, foi sentir a falta de espaço da cidade. Costumava dizer:” Mãe, há pouco espaço entre os prédios. Não consigo ver o céu !!!”
Em África, Tippi via a felicidade em tudo: a sua vivência no continente africano, principalmente com os animais, quaisquer que fossem era fantástica. Ela sentia-se tão feliz com galinhas ou com uma chita.
Nunca pensou que a vida em África fosse ter um fim. Quando se deu conta de que tinha acabado, não falou mais no assunto. Tentou esquecer, porque as recordações eram dolorosas.
A sua vida idílica na selva parecia lá muito longe.
Há uns anos quando Tippi chegou a Paris, perguntaram-lhe qual era a sua nacionalidade, ao que ela respondeu: sou africana.
Hoje em dia dá a mesma resposta “sou africana”, diz ela. “Sinto-o no coração. Não tem nada a ver com a nacionalidade”.
A mãe acrescenta:”Não sei o que Tippi vai fazer, mas acho que é impossível que a vida não a leve de volta a África. Estou certa e segura que ela vai voltar para lá. É em África que está o seu coração. É inevitável, é lá que a Tippi pertence.
Penso que em parte também está assustada, porque sabe que, mesmo que volte para África, nada vai ser igual.
Hoje Tippi estuda cinema na Sorboone e aos 18 anos continua a ter dificuldade em conciliar os dois mundos diferentes em que viveu.
No seu coração ela ainda se sente a mesma criança, mas quando olha para o espelho, vê que já não se parece com a menina da selva e pergunta-se: Quem sou eu?
No seu livro editado depois do seu regresso a França, ela escreve:”Todas as pessoas têm problemas. Eu nunca tive um problema enquanto vivi na selva em África”.
O livro “Tippi: My Book of África" (Tippi:O Meu Livro de África),foi editado em 14 países, mas não em Inglaterra nem nos USA.
Resumo de um artigo da autoria de Kim W.
Este é um pequeno resumo da história da vida de uma mulher, nascida e criada até aos 10 anos na mais absoluta liberdade.
Uma história muito interessante,e muito semelhante à história de vida de alguns de nós.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Ao anoitecer...
Se eu pudesse dar-te aquilo que não tenho
e que fora de mim jamais se encontra
Se eu pudesse dar-te aquilo com que sonhas
e o que só por mim poderá ter sonhado
Se eu pudesse dar-te o sopro que me foge
e que fora de mim jamais se encontra
Se eu pudesse dar-te aquilo que descubro
e descobrir-te o que de mim se esconde
Então serias aquele que existe
e o que só por mim poderá ter sonhado
Ana Hatherly
e que fora de mim jamais se encontra
Se eu pudesse dar-te aquilo com que sonhas
e o que só por mim poderá ter sonhado
Se eu pudesse dar-te o sopro que me foge
e que fora de mim jamais se encontra
Se eu pudesse dar-te aquilo que descubro
e descobrir-te o que de mim se esconde
Então serias aquele que existe
e o que só por mim poderá ter sonhado
Ana Hatherly
quarta-feira, 15 de abril de 2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
És a vela içada
És a vela içada
a quilha que contorna
a carne das águas.
És a tempestade
a chuva premeditada
e eu o náufrago
que não se permite afogado.
Eduardo White
a quilha que contorna
a carne das águas.
És a tempestade
a chuva premeditada
e eu o náufrago
que não se permite afogado.
Eduardo White
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segunda-feira, 13 de abril de 2009
Paraíso perdido
Despencamos do céu numa enseada
os tubarões foram com a nossa cara
a tempestade mudou a rota dos nossos passos
e nos deslumbramos a cada miragem.
Apanhamos conchas e fazemos colares
nos alimentamos de flores e frutas
a cachoeira é nossa eterna fonte de água
que lava nossa alma e mata nossa sede
Quando chega a madrugada, contemplamos as constelações
e observamos ao longe, a dança dos aborígenes
selvagem melodia a ecoar;
afastando os maus espíritos e amenizando a cólera dos Deuses
Já nos decidimos!
Consumiremos nossos dias aqui
nessa ilha de imensos girassóis
que o tempo vai corroendo sem pressa
A mesma calmaria de nossos delírios
ou desejos mais incontidos
a desbravar nossa suave geografia corpórea
e mergulhar nesse oceano que nos purificará eternamente.
Consagremos nossa Terra Prometida!
os tubarões foram com a nossa cara
a tempestade mudou a rota dos nossos passos
e nos deslumbramos a cada miragem.
Apanhamos conchas e fazemos colares
nos alimentamos de flores e frutas
a cachoeira é nossa eterna fonte de água
que lava nossa alma e mata nossa sede
Quando chega a madrugada, contemplamos as constelações
e observamos ao longe, a dança dos aborígenes
selvagem melodia a ecoar;
afastando os maus espíritos e amenizando a cólera dos Deuses
Já nos decidimos!
Consumiremos nossos dias aqui
nessa ilha de imensos girassóis
que o tempo vai corroendo sem pressa
A mesma calmaria de nossos delírios
ou desejos mais incontidos
a desbravar nossa suave geografia corpórea
e mergulhar nesse oceano que nos purificará eternamente.
Consagremos nossa Terra Prometida!
Ana Cristina Souto
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domingo, 12 de abril de 2009
Vento dos espaços
Há sempre um deus fantástico nas casas
Em que eu vivo, e em volta dos meus passos
Eu sinto os grandes anjos cujas asas
Contêm todo o vento dos espaços.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Em que eu vivo, e em volta dos meus passos
Eu sinto os grandes anjos cujas asas
Contêm todo o vento dos espaços.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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sábado, 11 de abril de 2009
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
Cecília Meireles
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Cecília Meireles,
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sexta-feira, 10 de abril de 2009
A canção da vida
A vida é louca
a vida é uma sarabanda
é um corrupio...
A vida múltipla
dá-se as mãos como um bando
de raparigas em flor
e está cantando
em torno a ti:
Como eu sou bela
amor!
Entra em mim, como em uma tela
de Renoir
enquanto é primavera,
enquanto o mundo
não poluir
o azul do ar!
Não vás ficar
não vás ficar
aí...
como um salso chorando
na beira do rio...
(Como a vida é bela! como a vida é louca!)
Mário Quintana
a vida é uma sarabanda
é um corrupio...
A vida múltipla
dá-se as mãos como um bando
de raparigas em flor
e está cantando
em torno a ti:
Como eu sou bela
amor!
Entra em mim, como em uma tela
de Renoir
enquanto é primavera,
enquanto o mundo
não poluir
o azul do ar!
Não vás ficar
não vás ficar
aí...
como um salso chorando
na beira do rio...
(Como a vida é bela! como a vida é louca!)
Mário Quintana
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Poesia universal
quinta-feira, 9 de abril de 2009
...fala baixo
Ela vinha toda mar
deixava em minha praia
seus vestidos seus perfumes
as algas dos seus pés.
Foi quando a criança
que mora em mim
ainda saía a passear
pelas ruas então estradas
todas cheias de brinquedos
das minhas vãs certezas.
Hoje tudo aquilo já passou
dizem até que ela morreu
vejam só tanta volta
o mundo deu
Agora o amor
só de velhas fantasias
se traja.
Dessas coisas pequenas
que mais parecem contos de fadas
fala baixo coração
Não vá forte tua voz
acordar
o que há muito adormeceu.
deixava em minha praia
seus vestidos seus perfumes
as algas dos seus pés.
Foi quando a criança
que mora em mim
ainda saía a passear
pelas ruas então estradas
todas cheias de brinquedos
das minhas vãs certezas.
Hoje tudo aquilo já passou
dizem até que ela morreu
vejam só tanta volta
o mundo deu
Agora o amor
só de velhas fantasias
se traja.
Dessas coisas pequenas
que mais parecem contos de fadas
fala baixo coração
Não vá forte tua voz
acordar
o que há muito adormeceu.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Casa frente ao mar
Casa que ficava frente ao Mar...
De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.
De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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Sophia de Mello Breyner Andresen
terça-feira, 7 de abril de 2009
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Me "descurpa"
Me "descurpa" faz favor
eu quero passar mamã
Quero beber água do Bengo
quero passar nele amanhã
Não tenho medo do jacaré
Por isso vou na jangada
Com a mulher do tio José
e iremos de mão dada.
ai ué..ai..ué ué
Ela de cachimbo na boca
Pele velha enrugada
lábios grossos de cajú
e cabelo encarapinhado
pôr-do-sol, manga doce
maçaroca e mandioca
Oléo de dendém
Rio Bengo enfeitiçado
Sou tua mais de ninguém
ai ué..ai ué ué
Massemba
eu quero passar mamã
Quero beber água do Bengo
quero passar nele amanhã
Não tenho medo do jacaré
Por isso vou na jangada
Com a mulher do tio José
e iremos de mão dada.
ai ué..ai..ué ué
Ela de cachimbo na boca
Pele velha enrugada
lábios grossos de cajú
e cabelo encarapinhado
pôr-do-sol, manga doce
maçaroca e mandioca
Oléo de dendém
Rio Bengo enfeitiçado
Sou tua mais de ninguém
ai ué..ai ué ué
Massemba
Deus
Deus é alegria. Uma criança é alegria. Deus e uma criança têm isso em comum: ambos sabem que o universo é uma caixa de brinquedos. Deus vê o mundo com os olhos de uma criança.Está sempre à procura de companheiros para brincar.
Rubem Alves
Aceitação
É mais fácil pousar o ouvido nas nuvens
e sentir passar as estrelas
do que prendê-lo à terra e alcançar o rumor dos teus passos.
É mais fácil, também, debruçar os olhos nos oceanos
e assistir, lá no fundo, ao nascimento mundo das formas,
que desejar que apareças, criando com teu simples gesto
o sinal de uma eterna esperança
Não me interessam mais nem as estrelas, nem as formas do mar,
nem tu.
Desenrolei de dentro do tempo a minha canção:
não tenho inveja às cigarras: também vou morrer de cantar.
e sentir passar as estrelas
do que prendê-lo à terra e alcançar o rumor dos teus passos.
É mais fácil, também, debruçar os olhos nos oceanos
e assistir, lá no fundo, ao nascimento mundo das formas,
que desejar que apareças, criando com teu simples gesto
o sinal de uma eterna esperança
Não me interessam mais nem as estrelas, nem as formas do mar,
nem tu.
Desenrolei de dentro do tempo a minha canção:
não tenho inveja às cigarras: também vou morrer de cantar.
Cecília Meireles
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Cecília Meireles,
Poesia universal
domingo, 5 de abril de 2009
Primavera
As heras de outras eras água pedra
E passa devagar memória antiga
Com brisa madressilva e primavera
E o desejo da jovem noite nua
Música passando pelas veias
E a sombra da folhagem nas paredes
Descalço o passo sobre os musgos verdes
E a noite transparente e distraída
Com seu sabor de rosa densa e breve
Onde me lembro amor de ter morrido
- Sangue feroz do tempo possuído
Sophia de Mello Breyner Andresen
E passa devagar memória antiga
Com brisa madressilva e primavera
E o desejo da jovem noite nua
Música passando pelas veias
E a sombra da folhagem nas paredes
Descalço o passo sobre os musgos verdes
E a noite transparente e distraída
Com seu sabor de rosa densa e breve
Onde me lembro amor de ter morrido
- Sangue feroz do tempo possuído
Sophia de Mello Breyner Andresen
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Sophia de Mello Breyner Andresen
Imagens
sábado, 4 de abril de 2009
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Todos os sonhos do mundo
”Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim
todos os sonhos do mundo."
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Álvaro de Campos,
Poesia universal
Decerto
E assim passamos a tarde
conversando coisas banais
da superfície do mundo.
conversando coisas banais
da superfície do mundo.
E estamos cheios de mistérios
que não comunicamos.
E assim morreremos, decerto.
E não dais por isso.
Cecília Meireles
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Cecília Meireles,
Poesia universal
...sonhos
Tudo é fugaz
Tudo é fugaz
entre o desenho do teu pé na areia
e a onda que desfaz
a marca
Entre a guerra e a paz
retorno fisicamente o poema a onda
constante meditação primeira.
Nós e as coisas.
Nada permanece que não seja
para a necessária mudança.
Que o diga o mar.
Manuel Rui Alves
entre o desenho do teu pé na areia
e a onda que desfaz
a marca
Entre a guerra e a paz
retorno fisicamente o poema a onda
constante meditação primeira.
Nós e as coisas.
Nada permanece que não seja
para a necessária mudança.
Que o diga o mar.
Manuel Rui Alves
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África em versos,
Manuel Rui Alves
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Oh flor da noite
Oh flor da noite
onde todo o orvalho se perde
teus olhos
não são estrelas
não são colibris
teus olhos
são abismos imensos
onde na escuridão
todo um passado se esconde
teus olhos
são abismos imensos
onde na escuridão
todo um futuro se forma
oh flor da noite
onde todo o orvalho se perde
teus olhos
não são estrelas
não são colibris
Arlindo Barbeitos
onde todo o orvalho se perde
teus olhos
não são estrelas
não são colibris
teus olhos
são abismos imensos
onde na escuridão
todo um passado se esconde
teus olhos
são abismos imensos
onde na escuridão
todo um futuro se forma
oh flor da noite
onde todo o orvalho se perde
teus olhos
não são estrelas
não são colibris
Arlindo Barbeitos
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África em versos,
Arlindo Barbeitos
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