segunda-feira, 13 de abril de 2009

Paraíso perdido


Despencamos do céu numa enseada
os tubarões foram com a nossa cara
a tempestade mudou a rota dos nossos passos
e nos deslumbramos a cada miragem.

Apanhamos conchas e fazemos colares
nos alimentamos de flores e frutas
a cachoeira é nossa eterna fonte de água
que lava nossa alma e mata nossa sede

Quando chega a madrugada, contemplamos as constelações
e observamos ao longe, a dança dos aborígenes
selvagem melodia a ecoar;
afastando os maus espíritos e amenizando a cólera dos Deuses

Já nos decidimos!

Consumiremos nossos dias aqui
nessa ilha de imensos girassóis
que o tempo vai corroendo sem pressa

A mesma calmaria de nossos delírios
ou desejos mais incontidos
a desbravar nossa suave geografia corpórea
e mergulhar nesse oceano que nos purificará eternamente.

Consagremos nossa Terra Prometida!

Ana Cristina Souto

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