Tippi Benjamine Okanti Degré nasceu em 1990 em Windhoek, capital da Namíbia.
Okanti é a palavra para mangusto ou manguço, em dialecto bosquímano, e foi um desses animais que chamou a atenção de Sylvie Robert e Alain Degré,pais de Tippi, ambos fotógrafos freelancer da vida selvagem, para o Deserto de Calaári.
“Ela teve uma infância extraordinária em África”, explica a sua mãe Sylvie.”Era um mundo mágico que representava para ela a felicidade perfeita.” Depois teve de vir para Paris para frequentar a escola. Era um mundo completamente diferente. Acho que ela sentiu que África lhe tinha sido tirada injustamente, o que lhe causou muita dor e uma tristeza profunda. Nunca se queixa, mas nunca fala sobre o assunto...
E acrescenta: a primeira reacção de Tippi, foi sentir a falta de espaço da cidade. Costumava dizer:” Mãe, há pouco espaço entre os prédios. Não consigo ver o céu !!!”
Em África, Tippi via a felicidade em tudo: a sua vivência no continente africano, principalmente com os animais, quaisquer que fossem era fantástica. Ela sentia-se tão feliz com galinhas ou com uma chita.
Nunca pensou que a vida em África fosse ter um fim. Quando se deu conta de que tinha acabado, não falou mais no assunto. Tentou esquecer, porque as recordações eram dolorosas.
A sua vida idílica na selva parecia lá muito longe.
Há uns anos quando Tippi chegou a Paris, perguntaram-lhe qual era a sua nacionalidade, ao que ela respondeu: sou africana.
Hoje em dia dá a mesma resposta “sou africana”, diz ela. “Sinto-o no coração. Não tem nada a ver com a nacionalidade”.
A mãe acrescenta:”Não sei o que Tippi vai fazer, mas acho que é impossível que a vida não a leve de volta a África. Estou certa e segura que ela vai voltar para lá. É em África que está o seu coração. É inevitável, é lá que a Tippi pertence.
Penso que em parte também está assustada, porque sabe que, mesmo que volte para África, nada vai ser igual.
Hoje Tippi estuda cinema na Sorboone e aos 18 anos continua a ter dificuldade em conciliar os dois mundos diferentes em que viveu.
No seu coração ela ainda se sente a mesma criança, mas quando olha para o espelho, vê que já não se parece com a menina da selva e pergunta-se: Quem sou eu?
No seu livro editado depois do seu regresso a França, ela escreve:”Todas as pessoas têm problemas. Eu nunca tive um problema enquanto vivi na selva em África”.
O livro “Tippi: My Book of África" (Tippi:O Meu Livro de África),foi editado em 14 países, mas não em Inglaterra nem nos USA.
Resumo de um artigo da autoria de Kim W.
Este é um pequeno resumo da história da vida de uma mulher, nascida e criada até aos 10 anos na mais absoluta liberdade.
Uma história muito interessante,e muito semelhante à história de vida de alguns de nós.
1 comentário:
Eu queria comprar o livro.
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