sábado, 10 de janeiro de 2009

II-Noite


Lá fora, furioso, ruge o vento.
no meu quarto, com frio, encolhido,
ouço no escuro um débil gemido
terno, arfante sem ser um lamento.

Pela janela vejo o firmamento,
ouço a tua voz num eco tremido;
E um desejo louco e incontido
transforma-se em meu peito, em sofrimento.

Surge-me a tua imagem num anseio,
Chama-me a tua voz e, firme, eu creio
que nunca deixarei de a adorar.

Na noite, cai a chuva docemente.
No céu, nem uma estrela reluzente;
E eu, só, continuo a divagar.

M.A.S.

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