«Era uma vez um jardim maravilhoso, cheio de grandes tílias, bétulas, carvalhos, magnólias e plátanos.
Havia nele roseirais, jardins de buxo e pomares. E ruas muito compridas, entre muros de camélias talhadas.
Havia nele roseirais, jardins de buxo e pomares. E ruas muito compridas, entre muros de camélias talhadas.
(...)
Ora num dos jardins de buxo havia um canteiro com gladíolos.
Ora num dos jardins de buxo havia um canteiro com gladíolos.
(...)
- Os jardins civilizados - diziam eles - são sempre jardins de buxo.
Perto dos gladíolos estava um caramanchão com glicínias e bancos de azulejos.
- Nos jardins antigos - diziam os gladíolos - há sempre azulejos.
Os buxos, quando ouviam isto, sorriam e murmuravam com voz de buxo, que é uma voz pequenina, húmida e verde.
- Nos jardins antigos havia buxo e azulejos mas não havia gladíolos.»
- Os jardins civilizados - diziam eles - são sempre jardins de buxo.
Perto dos gladíolos estava um caramanchão com glicínias e bancos de azulejos.
- Nos jardins antigos - diziam os gladíolos - há sempre azulejos.
Os buxos, quando ouviam isto, sorriam e murmuravam com voz de buxo, que é uma voz pequenina, húmida e verde.
- Nos jardins antigos havia buxo e azulejos mas não havia gladíolos.»
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Sophia de Mello Breyner Andresen
Sophia de Mello Breyner Andresen