segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Poema distante


Ó praia de luz morena
De recorte sensual,
Eu vou soprar minha avena
De inspiração tropical.

Em toda a areia eu descubro,
Nas águas e nos Palmares,
vestígios do sol ao rubro
Disseminados nos ares.

E a minha mágoa, esta pena
Que chora,
Tornou-se então mais morena
Que outrora!

Onda atlântica da praia,
A minha flauta modula
A tua voz desmaia
Como o capim quando ondula...

E eu não sei se a claridade
Que muito ao longe se esgarça,
é nuvem na imensidade
Ou asa de qualquer garça...

E a minha pena, esta mágoa
Flutua
Como flutua na água
A lua.

Lília da Fonseca

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