Ó praia de luz morena
De recorte sensual,
Eu vou soprar minha avena
De inspiração tropical.
Em toda a areia eu descubro,
Nas águas e nos Palmares,
vestígios do sol ao rubro
Disseminados nos ares.
E a minha mágoa, esta pena
Que chora,
Tornou-se então mais morena
Que outrora!
Onda atlântica da praia,
A minha flauta modula
A tua voz desmaia
Como o capim quando ondula...
E eu não sei se a claridade
Que muito ao longe se esgarça,
é nuvem na imensidade
Ou asa de qualquer garça...
E a minha pena, esta mágoa
Flutua
Como flutua na água
A lua.
Lília da Fonseca
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