segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Mundele


Homem de pele branca filho d'Africa
Esqueceram-se de ti.
Não sabem quem és!!
Mas guardo-te na alma.
Tu que nada destróis e até crias dos despojos.
Que respeitas no seio da guerra sangrenta
Que trocas o bem estar pela solidão, pelo abandono.
Que assistes impotente à avidez do saque.
Que pelo amor a Mãe África...
Entregaste-te sem limites, sem reservas.
Nada tens....E és esquecido.!
Sobra-te a sombra da mulemba,
E uma esperança muito ténue
Que se renova em cada pôr -de-sol que assistes.
O grito da kapota na madrugada anuncia-te um dia igual.
Tu mundele que estás longe,
Esperas pelo amanhã que tarda em chegar
Nos anos que passam e na esperança que não morre.
Nas rugas que surgem
Nos cabelos brancos que começam a chegar.
Atravessa o tempo homem branco filho d'Africa,
Mesmo que a travessia seja longa volta para o longínquo deserto.
Tu que escondes a tristeza no teu sorriso,
Que tanto sofres sem se notar.
Tu homem branco!
Tu mundele
Tu também és África

M.Vieira

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