sábado, 5 de abril de 2008

Surucucu


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Fui mordida sem remédio,
quem me mordeu foste tu...
E agora morro de tédio,
veneno surucucu.
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Foi numa triste cubata,
mais longe do que a distância,
mais longe do que a saudade,
que é tempo morto que mata.
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Nunca mais posso esquecer
a tua boca sem fala,
quando um leão, que era rei,
assustava e complicava
os murmúrios da sanzala.
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Uma palmeira
à luz da Lua, parecia que rezava
naquele mundo profano!...
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Fui mordida... - Foste tu! -
Nunca mais posso esquecer-te,
- veneno surucucu.


Tomaz Vieira da Cruz

Para o amigo que não "via" há 43 anos

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