O dia está solarengo. Ela caminha no passadiço de tábuas e já um pouco cansada senta-se no banco em frente ao mar, reparando num bando de albatrozes que desenham no espaço traços brancos na tela imaginária do universo.
Fecha os olhos e tenta gravar na memória a terna cena,
Um dia mais tarde, e ela sabe-o, vai precisar de rever esse quadro, e quando esse dia chegar só terá que fechar os olhos e ver que está tudo lá, como num filme.
Podia ter registado a cena com a máquina fotográfica, mas preferiu gravá-la na memória, combinava melhor com o momento.
Sabe que um dia, que espera esteja longínquo, as ondas do oceano irão espreguiçar-se na areia branca mas ela não estará ali para vê-las.
Aonde estiver, irá lembrar-se daquelas tardes de beleza sem par, e terá a certeza que eram feitas para ela. Isso mantê-la-á forte, mas conformada pensando que nunca mais voltarão a suceder, a não ser que feche os olhos, não para rever o vôo das aves, mas para voar com elas.
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