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No espelho não é eu, sou mim. Não conheço mim, mas sei quem é eu, sei sim. Eu é cara-metade, mim sou inteira. Quando mim nasceu, eu chorou, chorou. Eu e mim se dividem numa só certeza. Alguém dentro de mim é mais eu do que eu mesma. Eu amo mim. Mim ama eu.By Rita Lee
sábado, 29 de março de 2008
segunda-feira, 24 de março de 2008
As raízes do nosso amor
sexta-feira, 21 de março de 2008
quinta-feira, 20 de março de 2008
O jardim e a noite
Correndo ao vento pelos caminhos fora,
Para tentar como outrora
Unir a minha alma à tua,
Ó grande noite solitária e sonhadora.
Entre os canteiros cercados de buxo,
Sorri à sombra tremendo de medo.
De joelhos na terra abri o repuxo,
E os meus gestos foram gestos de bruxedo.
Foram os gestos dessa encantação,
Que devia acordar do seu inquieto sono
A terra negra dos canteiros
E os meus sonhos sepultados
Vivos e inteiros.
Mas sob o peso dos narcisos floridos
Calou-se a terra,
E sob o peso dos frutos ressequidos
Do presente,calaram-se os meus sonhos perdidos.
Entre os canteiros cercados de buxo,
Enquanto subia e caía a água do repuxo,
Murmurei as palavras em que outrora
Para mim sempre existia
O gesto dum impulso.
Palavras que eu despi da sua literatura,
Para lhes dar a sua forma primitiva e pura,
De fórmulas de magia.
Docemente a sonhar entre a folhagem
A noite solitária e pura
Continuou distante e intangível
Sem me deixar penetrar no seu segredo.
E eu senti quebrar-se, cair desfeita,
A minha ânsia carregada de impossível,
Contra a sua harmonia perfeita.
Tomei nas minhas mãos a sombra escura
E embalei o silêncio nos meus ombros.
Tudo em minha volta estava vivo
Mas nada pôde acordar dos seus escombros
O meu grande êxtase perdido.
Só o vento passou pesado e quente
E à sua volta todo o jardim cantou
E a água do tanque tremendo
Se maravilhou
Em círculos, longamente.
Sophia de Mello Breyner Andresen
quarta-feira, 19 de março de 2008
Para ti que me deste a vida
terça-feira, 18 de março de 2008
Blowing in the wind
How many roads must a man walk down,
Before you call him a man?
How many seas must a white dove sail,
Before she sleeps in the sand?
Yes and how many times must cannonballs fly,
Before they're forever banned?
The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind
Yes and how many years can a mountain exist,
Before it's washed to the seas (sea)
Yes and how many years can some people exist,
Before they're allowed to be free?
Yes and how many times can a man turn his head,
Pretend that he just doesn't see?
The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind.
Yes and how many times must a man look up,
Before he can see the sky?
Yes and how many ears must one man have,
Before he can hear people cry?
Yes and how many deaths will it take till he knows
That too many people have died?
The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind
Bob Dylan
segunda-feira, 17 de março de 2008
Para ti
O curso?...-Uma aventura!...
A vida?...-Um bem, firmado em grandes ideais!...
Depois...
(que importa o que é "depois",
quando se tem a certeza
de sermos sempre DOIS!?:::)
Alda Lara
sábado, 15 de março de 2008
Merengue da Ilha
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E porque hoje é sábado...o encontro é no Marítimo da Ilha.
Anúncio
Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o senhor tão bem conhece. Será que poderia redigir o anúncio para o jornal?
Olavo Bilac apanhou lápis e papel e escreveu:
“Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortado por cristalinas e merejantes águas de um lindo ribeirão. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das tardes na varanda.”
Alguns meses depois, o poeta encontra-se com o comerciante e pergunta-lhe se já havia vendido o sítio.
Nem pensei mais nisso, disse o homem.
Depois que li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha!
Às vezes, não percebemos as coisas boas que temos connosco e vamos longe, atrás da miragem de falsos tesouros. Devemos valorizar o que temos e que nos foi dado gratuitamente por Deus: os amigos, o emprego, o conhecimento que adquirimos, a saúde, o sorriso dos filhos e o afago da família. Estes sim, são verdadeiros tesouros.
sexta-feira, 14 de março de 2008
Do que eu gosto
de me isolar do mundo
que rodopia lá fora
num vendaval foribundo
Gosto de
me encontrar sòzinha
por entre as árvores do meu quintal...
E sentir-me pequenina
Alheia de todo o mal.
Gosto
de me esconder dos homens
gigantes em seus horrorres
e adorar enternecida
um belo ramo de flores!
Gosto
da luz,da pureza
que há num rosto de criança
A lembrar-me que há um Deus
Naquele olhar, todo esperança.
Gosto
do céu à tardinha
da cor do sol
já sem cor...
E gosto
tanto que eu gosto,
de saber
que daquilo que mais gostas
é de mim
Meu doce amor.
quarta-feira, 12 de março de 2008
Praia
terça-feira, 11 de março de 2008
Diz-me o teu nome
Porque eu cresço para ti
sem tempo nem contorno
Porque apenas para os teus olhos
Porque a minha mão infatigável
No húmido centro da noite
Mia Couto
segunda-feira, 10 de março de 2008
Baião de Luanda
Reis Ventura
domingo, 9 de março de 2008
O mar
sábado, 8 de março de 2008
Mulher
Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estão felizes.
E riem quando estão nervosas.
Elas lutam por aquilo em que acreditam.
Elas levantam-se contra a injustiça.
Elas não aceitam um “não” como resposta
quando acreditam que existe melhor solução.
Elas andam sem sapatos novos para
que os seus filhos os possam ter.
Elas vão ao médico com uma amiga assustada.
Elas amam incondicionalmente.
Elas choram quando os seus filhos adoecem
e alegram-se quando os seus filhos ganham prémios.
Elas ficam contentes ao falarem de um aniversário
ou de um novo casamento.
Pablo Neruda
sexta-feira, 7 de março de 2008
quinta-feira, 6 de março de 2008
Uma tarde
O dia está solarengo. Ela caminha no passadiço de tábuas e já um pouco cansada senta-se no banco em frente ao mar, reparando num bando de albatrozes que desenham no espaço traços brancos na tela imaginária do universo.
Fecha os olhos e tenta gravar na memória a terna cena,
Um dia mais tarde, e ela sabe-o, vai precisar de rever esse quadro, e quando esse dia chegar só terá que fechar os olhos e ver que está tudo lá, como num filme.
Podia ter registado a cena com a máquina fotográfica, mas preferiu gravá-la na memória, combinava melhor com o momento.
Sabe que um dia, que espera esteja longínquo, as ondas do oceano irão espreguiçar-se na areia branca mas ela não estará ali para vê-las.
Aonde estiver, irá lembrar-se daquelas tardes de beleza sem par, e terá a certeza que eram feitas para ela. Isso mantê-la-á forte, mas conformada pensando que nunca mais voltarão a suceder, a não ser que feche os olhos, não para rever o vôo das aves, mas para voar com elas.
Nine million bicycles
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There are nine million bicycles in Beijing
That's a factIt's
a thing we can't deny
Like the fact that I will love you till I die
We are twelve billion light years from the edge
That's a guess
No-one can ever say it's true
But I know that I will always be with you
I'm warmed by the fire of your love everyday
So don't call me a liar
Just believe everything that I say
There are six billion people in the world
More or less
And it makes me feel quite small
But you're the one I love the most of all
We're high on the wire
With the world in our sight
And I'll never tire
Of the love that you give me every night
There are nine million bicycles in Beijing
That's a fact
It's a thing we can't deny
Like the fact that I will love you till I die
And there are nine million bicycles in Beijing
And you know that I will love you till I die
quarta-feira, 5 de março de 2008
terça-feira, 4 de março de 2008
segunda-feira, 3 de março de 2008
Recordações
Minha mãe era o sol da nossa casa
Os meus irmãos a brisa que perpassa,
Meu Pai segura agora a minha mão...
Brito Godins, Baía e a Mutamba
Luanda vem sorrindo e na quitanda
Maria de Aguiar Marçalo