terça-feira, 7 de setembro de 2010

Felicidade




Ela veio bater à minha porta
E falou-me a sorrir, subindo a escada:
“Bom dia, árvore velha e desfolhada”
E eu respondi: “Bom dia, folha morta”
Entrou: e nunca mais me disse nada...
Até que um dia (quando pouco importa!)
houve canções na ramaria torta
E houve bandos de noivos pela estrada...
Então chamou-me e disse:“Vou-me embora!
Sou a felicidade! Vive agora
Da lembrança do muito que te fiz”
E foi assim que em plena primavera,
Só quando ela partiu contou quem era...
E nunca mais eu me senti feliz!

Guilherme de Almeida
(poeta brasileiro)


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