sábado, 17 de outubro de 2009

Quando eu morrer



Quando eu morrer
veste o teu vestido branco
e com uma rosa encarnada
vai encharcar-te de mar

bebe vento em cada gota
do encanto do dia a chegar
e entende as palavras todas
que te entrego som a som
na fúria verde do gesto
de um mirangolo qualquer

corre o círculo dos sorrisos
na firmeza da partida
e esquece o medo das nuvens
que abraçam a nossa distância

e se ao longe me vires a acenar
ri-te do louco que eu sou
por ainda pensar em ti

toda vestida de branco
desfolha a rosa encarnada
escreve o meu nome na praia
e vai encharcar-te de mar

João Abel

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