Fruto pálido, empaludado…
Cereja dos trópicos
de cor desmaiada.
Luanda:
onde estão as tuas gajajeiras
que a troco dos seus frutos
pedradas eu lançava
pedradas que magoavam
pedradas de criança!
Por certo que foram destroçadas,
sepultadas em teus alicerces
da Brito Godins
e de todas as Ingombotas,
tal como os frondosos cajueiros.
Vi hoje uma gajajeira
já quase morta.
Havia pedras a seu lado,
areia e cimento
e um buraco longo, rodopiando,
fazendo quadrados,
rectângulos, quadrados…
Se a minha fortuna
não fosse feita de sonhos,
compraria aquele terreno.
A copa da gajajeira
seria o meu chapéu,
a umbela dos dias quentes
e das noites de luar e de cacimbo.
Luanda:
onde é que estão
as nossas gajajeiras?
Essas gajajeiras que me davam
as gajajas da minha infância
os frutos da minha vadiagem!
Eu atirei pedradas!
Mas tu, Luanda,
o que fizeste delas?
Tomás Jorge publicado
Cereja dos trópicos
de cor desmaiada.
Luanda:
onde estão as tuas gajajeiras
que a troco dos seus frutos
pedradas eu lançava
pedradas que magoavam
pedradas de criança!
Por certo que foram destroçadas,
sepultadas em teus alicerces
da Brito Godins
e de todas as Ingombotas,
tal como os frondosos cajueiros.
Vi hoje uma gajajeira
já quase morta.
Havia pedras a seu lado,
areia e cimento
e um buraco longo, rodopiando,
fazendo quadrados,
rectângulos, quadrados…
Se a minha fortuna
não fosse feita de sonhos,
compraria aquele terreno.
A copa da gajajeira
seria o meu chapéu,
a umbela dos dias quentes
e das noites de luar e de cacimbo.
Luanda:
onde é que estão
as nossas gajajeiras?
Essas gajajeiras que me davam
as gajajas da minha infância
os frutos da minha vadiagem!
Eu atirei pedradas!
Mas tu, Luanda,
o que fizeste delas?
Tomás Jorge publicado
(poeta angolano)
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