domingo, 17 de agosto de 2008

Neve nocturna


Sentindo na noite
O silêncio pesado das vítimas

De solidão

Regressar a casa, revolver um passado demasiado presente.
Inconstante, ainda assim.

As feridas que ardem,
Que jazem nos corpos em movimento

Num rodopio trôpego, soluçante.
Sempre só(brio).

Um expectante sobressalto desperta
Na acalmia passiva das mãos abertas
Esperando

Contando os diasAs noites

Em branco.

Como a neve cristalina que cobre
O negro do chão

Manchado de sangue.

E quando a estrada acabar?
Orlando Gilberto Castro
(poeta angolano)

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