Para mim, ...hoje.
No espelho não é eu, sou mim. Não conheço mim, mas sei quem é eu, sei sim. Eu é cara-metade, mim sou inteira. Quando mim nasceu, eu chorou, chorou. Eu e mim se dividem numa só certeza. Alguém dentro de mim é mais eu do que eu mesma. Eu amo mim. Mim ama eu.By Rita Lee
domingo, 31 de maio de 2009
sábado, 30 de maio de 2009
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Destino frágil
Encostei-me a ti,
sabendo bem que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem,
Sabendo bem que eras nuvem,
depus minha vida em ti.
Como sabia bem tudo isso,
Como sabia bem tudo isso,
e dei-me ao meu destino frágil,
fiquei sem poder chorar,
fiquei sem poder chorar,
quando caí.
Cecília Meireles
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Poesia universal
quinta-feira, 28 de maio de 2009
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Olhando o mar
Sempre que fito o mar
tenho a ilusão de achar-me diante
de um silêncio amplo, ondulante,
de um silêncio profundo,
onde vozes lutassem por gritar,
por lhe fugirem do invisível fundo.
Diante do mar eu fico triste,
nessa mudez de quem assiste
reproduções do próprio dissabor;
diante do mar eu sou um mar,
a outro de apor
e a se indeterminar.
O mar é sempre monotonia,
na calmaria
ou na tempestade.
Fujo de ti, ó mar que estrondas!
porque a tristeza que me invade
tem a continuidade
das tuas ondas...
Mas amo-te, ó mar, porque minha alma e a tua
são bem iguais: ambas profundamente
sensíveis, e amplas, e espelhantes;
nelas o ambiente
actua
apenas superficialmente...
Calma de cismas, de êxtases, de sonhos,
desesperos medonhos,
ânsias de azul, de alturas...
- Longos ou rápidos instantes
em que me transfiguro, em que te transfiguras...
Nos nossos sentimentos sem represa,
nas nossas almas, quanta afinidade!
- Tu sentindo por toda a natureza!
- Eu sentindo por toda a humanidade!
Nos dias muito azuis, o meu olhar,
atento,
a descer e a se elevar,
supõe o mar um espreguiçamento
do céu e o céu um êxtase do mar.
Há nos ritmos da água
marinha uma poesia, a mais completa,
essa poesia universal da mágoa.
O mar é um cérebro em laboração,
um cérebro de poeta;
nas suas ondas, vêm e vão
pensamentos, de roldão.
O mar,
imperturbavelmente, a rolar, a rolar...
O mar... - Concluo sempre que metido
em sua profundeza e em sua vastidão:
- o mar é o corpo, é a objectivação
do espaço, do infinito.
Gilka Machado
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Poesia universal
terça-feira, 26 de maio de 2009
...a mim própria
Hoje vou levantar-me e vou estar contente...
...
...
Vou a mim própria ser-me, vou respirar-me,
rir-me, vou-me a mim própria abrir-me, a mim própria despir-me,...
a mim própria dançar-me,...
com meu amor afogar-me, com minha angústia ferir-me,
a mim própria dançar-me,...
com meu amor afogar-me, com minha angústia ferir-me,
com meu sono
dormir-me, com meus sonhos minha esperança erguer-me,
dormir-me, com meus sonhos minha esperança erguer-me,
com minha loucura endoidecer-me,...
...
...
Vou gritar por ti...
até que tu me oiças e possas chamar-me pelo meu nome!
Ana Hatherly
domingo, 24 de maio de 2009
Eye in the sky
Don't think sorry's easily said
Don't try turning tables instead
You've taken lots of chances before
But I ain't gonna give anymore
Don't ask me
That's how it goes
'Cos part of me knows what you're thinking
Don't say words you're gonna regret
Don't let fire rush to your head
I've heard the accusation before
And I ain't gonna take anymore
Believe me
The sun in your eyes
Made some of the lies worth believing
I am the eye in the sky
Looking at you
I can read your mind
I am the maker of rules
Dealing with fools
I can cheat you blind
And I don't need to see anymore to know that
I can read your mind (looking at you)
I can read your mind (looking at you)
I can read your mind (looking at you)
I can read your mind (looking at you)
Don't leave false illusions behind
Don't cry I ain't changing my mind
So find another fool like before
'Cos I ain't gonna live anymore believing
Some of the lies while all of the sign are deceiving
I am the eye in the sky
Looking at you
I can read your mind
I am the maker of rules
Dealing with fools
I can cheat you blind
And I don't need to see anymore to know that
I can read your mind (looking at you)
I can read your mind (looking at you)
I can read your mind (looking at you)
I can read your mind (looking at you)
Encomenda
Desejo uma fotografia
como esta - o senhor vê? - como esta:
em que para sempre me ria
com um vestido de eterna festa.
Como tenho a testa sombria,
derrame luz na minha testa.
Deixe esta ruga, que me empresta
um certo ar de sabedoria.
Não meta fundos de floresta
nem de arbitrária fantasia...
Não... Neste espaço que ainda resta,
ponha uma cadeira vazia.
Cecília Meireles
como esta - o senhor vê? - como esta:
em que para sempre me ria
com um vestido de eterna festa.
Como tenho a testa sombria,
derrame luz na minha testa.
Deixe esta ruga, que me empresta
um certo ar de sabedoria.
Não meta fundos de floresta
nem de arbitrária fantasia...
Não... Neste espaço que ainda resta,
ponha uma cadeira vazia.
Cecília Meireles
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sábado, 23 de maio de 2009
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Deixem-me viver no meu mundo
Já tão cansada desta vida pergunto-me como será a outra?
mais tranquila, mais segura?
dormente a minha parece estar,
olho a volta onde estou?
que mundo será este?
se não tivesse vivido o que vivi e o que sofri,
quem seria eu?
onde iria buscar toda esta vontade de correr,
os meus dedos que querem escrever, e tanto,
sou louca ou infantil?
ou por momentos deixo correr o meu pensamento,
e mostro ao mundo, o que me consome aos poucos,
a muitos aflige aos que dizem ser eu criança, insegura, imatura!
o que tanto escrevo?
deprimo-me,
deixem-me ...
deixem-me viver no meu mundo,
tornar falas todas as palavras ,
deixem-me no meu mundo doce e infantil, mas meu.
Sónia Sultuane
mais tranquila, mais segura?
dormente a minha parece estar,
olho a volta onde estou?
que mundo será este?
se não tivesse vivido o que vivi e o que sofri,
quem seria eu?
onde iria buscar toda esta vontade de correr,
os meus dedos que querem escrever, e tanto,
sou louca ou infantil?
ou por momentos deixo correr o meu pensamento,
e mostro ao mundo, o que me consome aos poucos,
a muitos aflige aos que dizem ser eu criança, insegura, imatura!
o que tanto escrevo?
deprimo-me,
deixem-me ...
deixem-me viver no meu mundo,
tornar falas todas as palavras ,
deixem-me no meu mundo doce e infantil, mas meu.
Sónia Sultuane
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quinta-feira, 21 de maio de 2009
Fundo do mar
No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.
Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços,
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.
Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço.
Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.
Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços,
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.
Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço.
Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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quarta-feira, 20 de maio de 2009
terça-feira, 19 de maio de 2009
Pensar é encher-se de tristeza
segunda-feira, 18 de maio de 2009
domingo, 17 de maio de 2009
sábado, 16 de maio de 2009
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Declaração
As aves, como voam livremente
num voar de desafio!
Eu te escrevo, meu amor,
num escrever de libertação.
Tantas, tantas coisas comigo
adentro do coração
que só escrevendo as liberto
destas grades sem limitação.
Que não se frustre o sentimento
de o guardar em segredo
como liones, correm as águas do rio!
corram límpidos amores sem medo.
Ei-lo que to apresento
puro e simples - o amor
que vive e cresce ao momento
em que fecunda cada flor.
O meu escrever-te é
realização de cada instante
germine a semente, e rompa o fruto
da Mãe-Terra fertilizante.
António Jacinto
num voar de desafio!
Eu te escrevo, meu amor,
num escrever de libertação.
Tantas, tantas coisas comigo
adentro do coração
que só escrevendo as liberto
destas grades sem limitação.
Que não se frustre o sentimento
de o guardar em segredo
como liones, correm as águas do rio!
corram límpidos amores sem medo.
Ei-lo que to apresento
puro e simples - o amor
que vive e cresce ao momento
em que fecunda cada flor.
O meu escrever-te é
realização de cada instante
germine a semente, e rompa o fruto
da Mãe-Terra fertilizante.
António Jacinto
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António Jacinto
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Gonçalves Dias
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Gonçalves Dias
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quarta-feira, 13 de maio de 2009
terça-feira, 12 de maio de 2009
O filho que eu quero ter
É comum a gente sonhar, eu sei
Quando vem o entardecer
Pois eu também dei de sonhar
Um sonho lindo de morrer
Vejo um berço e nele eu me debruçar
Com o pranto a me correr
E assim, chorando, acalentar
O filho que eu quero ter
Dorme, meu pequenininho
Dorme que a noite já vem
Teu pai está muito sozinho
De tanto amor que ele tem
De repente o vejo se transformar
Num menino igual a mim
Que vem correndo me beijar
Quando eu chegar lá de onde vim
Um menino sempre a me perguntar
Um porquê que não tem fim
Um filho a quem só queira bem
E a quem só diga que sim
Dorme, menino levado
Dorme que a vida já vem
Teu pai está muito cansado
De tanta dor que ele tem
Quando a vida enfim me quiser levar
Pelo tanto que me deu
Sentir-lhe a barba me roçar
No derradeiro beijo seu
E ao sentir também sua mão vedar
Meu olhar dos olhos seus
Ouvir-lhe a voz a me embalar
Num acalanto de adeus
Dorme, meu pai, sem cuidado
Dorme que ao entardecer
Teu filho sonha acordado
Com o filho que ele quer ter
Vinicius de Moraes
Quando vem o entardecer
Pois eu também dei de sonhar
Um sonho lindo de morrer
Vejo um berço e nele eu me debruçar
Com o pranto a me correr
E assim, chorando, acalentar
O filho que eu quero ter
Dorme, meu pequenininho
Dorme que a noite já vem
Teu pai está muito sozinho
De tanto amor que ele tem
De repente o vejo se transformar
Num menino igual a mim
Que vem correndo me beijar
Quando eu chegar lá de onde vim
Um menino sempre a me perguntar
Um porquê que não tem fim
Um filho a quem só queira bem
E a quem só diga que sim
Dorme, menino levado
Dorme que a vida já vem
Teu pai está muito cansado
De tanta dor que ele tem
Quando a vida enfim me quiser levar
Pelo tanto que me deu
Sentir-lhe a barba me roçar
No derradeiro beijo seu
E ao sentir também sua mão vedar
Meu olhar dos olhos seus
Ouvir-lhe a voz a me embalar
Num acalanto de adeus
Dorme, meu pai, sem cuidado
Dorme que ao entardecer
Teu filho sonha acordado
Com o filho que ele quer ter
Vinicius de Moraes
Terror de te amar
Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo
Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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Sophia de Mello Breyner Andresen
segunda-feira, 11 de maio de 2009
domingo, 10 de maio de 2009
Soneto ao mar
amanhã vou acordar cedinho
para ver o sol raiar
e iluminar o caminho
que ao mar me há-de levar
de branco me vou vestir
e minhas tranças soltar
minhas tristezas despir
pra com lágrimas me lavar
vou andar pelo caminho
ao som de hinos e cantos
que eu mesma irei entoar
irei muito de mansinho
e, enfim, afagarei meus prantos
no mar que os há-de levar
Anny Pereira
Mulata
Os teus defeitos são graça
que mais me prendem, querida...
Mistério de duas raças
que se encontram na vida.
E, no mato, em nostalgia,
num exílio carinhoso,
fizeram essa alegria
do teu olhar misterioso.
E deram forma de sonho,
em seu viver magoado,
a essa estilo risonho
do teu corpo bronzeado...
Que é bem e grácil maneira
em que a volúpia se anima,
- bailando duma fogueira
queimando quem se aproxima!
A tua boca dolente,
cicatriz de algum desgosto
é um vermelho poente
no lindo sol do teu rosto.
E os beijos que pronuncias
são palavras dolorosas
Teus beijos são tiranias
são como espinhos de rosas...
Que me embriagam, amantes,
no éter do seu perfume...
Teus beijos são navegantes
sobre as ondas do ciúme.
Os teus defeitos são graças
desse mistério profundo...
Saudade de duas raças
que se abraçaram no mundo!
Tomás Vieira da Cruz
que mais me prendem, querida...
Mistério de duas raças
que se encontram na vida.
E, no mato, em nostalgia,
num exílio carinhoso,
fizeram essa alegria
do teu olhar misterioso.
E deram forma de sonho,
em seu viver magoado,
a essa estilo risonho
do teu corpo bronzeado...
Que é bem e grácil maneira
em que a volúpia se anima,
- bailando duma fogueira
queimando quem se aproxima!
A tua boca dolente,
cicatriz de algum desgosto
é um vermelho poente
no lindo sol do teu rosto.
E os beijos que pronuncias
são palavras dolorosas
Teus beijos são tiranias
são como espinhos de rosas...
Que me embriagam, amantes,
no éter do seu perfume...
Teus beijos são navegantes
sobre as ondas do ciúme.
Os teus defeitos são graças
desse mistério profundo...
Saudade de duas raças
que se abraçaram no mundo!
Tomás Vieira da Cruz
sábado, 9 de maio de 2009
Anda ver a minha terra
Anda ver a minha terra meu amor
anda ver
anda ver que hás-de gostar
quando vires esta terra pequenina
com ares de menina
e as acácias em flôr
com certeza meu bem vais gostar
tem tudo,
pregões e cantigas
tem choros e brigas
e o luar
batucadas nas noites perdidas ...
e a beijá-la com fúria e carinho
tem o mar.....
igualzinha a nós dois, meu senhor
tal e qual o amor
anda ver
anda ver que hás-de gostar
quando vires esta terra pequenina
com ares de menina
e as acácias em flôr
com certeza meu bem vais gostar
tem tudo,
pregões e cantigas
tem choros e brigas
e o luar
batucadas nas noites perdidas ...
e a beijá-la com fúria e carinho
tem o mar.....
igualzinha a nós dois, meu senhor
tal e qual o amor
Cochat Osório
quinta-feira, 7 de maio de 2009
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Em todos os jardins
Em todos os jardins hei-de florir,
Em todos beberei a lua cheia,
Quando enfim no meu fim eu possuir
Todas as praias onde o mar ondeia.
Um dia serei eu o mar e a areia,
A tudo quanto existe me hei-de unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia
Esse abraço que um dia se há-de abrir.
Então receberei no meu desejo
Todo o fogo que habita na floresta
Conhecido por mim como num beijo.
Então serei o ritmo das paisagens,
A secreta abundância dessa festa
Que eu via prometida nas imagens.
Em todos beberei a lua cheia,
Quando enfim no meu fim eu possuir
Todas as praias onde o mar ondeia.
Um dia serei eu o mar e a areia,
A tudo quanto existe me hei-de unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia
Esse abraço que um dia se há-de abrir.
Então receberei no meu desejo
Todo o fogo que habita na floresta
Conhecido por mim como num beijo.
Então serei o ritmo das paisagens,
A secreta abundância dessa festa
Que eu via prometida nas imagens.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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Sophia de Mello Breyner Andresen
terça-feira, 5 de maio de 2009
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Onde houver...
domingo, 3 de maio de 2009
Primeiro motivo da rosa
Vejo-te em seda e nácar,
e tão de orvalho trêmula, que penso ver, efêmera,
toda a Beleza em lágrimas
por ser bela e ser frágil.
Meus olhos te ofereço:
espelho para face
que terás, no meu verso,
quando, depois que passes,
jamais ninguém te esqueça.
Então, de seda e nácar,
toda de orvalho trêmula, serás eterna. E efêmero
o rosto meu, nas lágrimas
do teu orvalho... E frágil.
e tão de orvalho trêmula, que penso ver, efêmera,
toda a Beleza em lágrimas
por ser bela e ser frágil.
Meus olhos te ofereço:
espelho para face
que terás, no meu verso,
quando, depois que passes,
jamais ninguém te esqueça.
Então, de seda e nácar,
toda de orvalho trêmula, serás eterna. E efêmero
o rosto meu, nas lágrimas
do teu orvalho... E frágil.
Cecília Meireles
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sábado, 2 de maio de 2009
Como uma flor vermelha
À sua passagem a noite é vermelha,
E a vida que temos parece
Exausta, inútil, alheia.
Ninguém sabe onde vai nem donde vem,
Mas o eco dos seus passos
Enche o ar de caminhos e de espaços
E acorda as ruas mortas.
Então o mistério das coisas estremece
E o desconhecido cresce
Como uma flor vermelha.
Sophia de Mello Breyner Andresen
E a vida que temos parece
Exausta, inútil, alheia.
Ninguém sabe onde vai nem donde vem,
Mas o eco dos seus passos
Enche o ar de caminhos e de espaços
E acorda as ruas mortas.
Então o mistério das coisas estremece
E o desconhecido cresce
Como uma flor vermelha.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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Sophia de Mello Breyner Andresen
sexta-feira, 1 de maio de 2009
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